Há dez dias, a Polícia Civil anunciou, de forma surpreendente, os resultados de uma cerca Operação Espectro, com a prisão de uma mulher, e abertura de inquérito contra várias outras pessoas, supostamente envolvidas no esquema de desvio de mais de R$ 5 milhões do Detran. O detalhe foi a citação no esquema de Rodrigo Carvalho, ex-superintendente do Detran. Segundo o delegado Iasley Almeida, durante o processo, foi descoberto um esquema de facilitação para que uma empresa do Rio Grande do Norte (Renavin) vencesse a licitação e executasse serviços de transferência de veículos. Segundo ainda o delegado, o ex-superintendente do Detran teria facilitado para que a empresa investigada vencesse a licitação. Bem, o caso pode não ter sido exatamente assim. Pelo menos a julgar por uma carta distribuída durante o Natal pelo ex-superintendente Rodrigo Carvalho, que terminou caindo nas redes sociais. Segundo Carvalho, que também é delegado federal, o envolvimento se seu nome no processo: “Só por ter me negado a continuar no Governo como Secretário Adjunto subordinado a um Delegado da Polícia Civil?” Diz também: “Não compactuo com a ilegalidade e sempre busquei fazer o melhor e o correto. Recebemos o Detran com um superávit de 4 milhões de reais e deixei com um superávit de aproximadamente 60 milhões de reais ao final de 2014. O que mais machuca é ver seu nome colocado na lama com qual objetivo? Por que essa perseguição?” Confira a carta à íntegra… “Com estupefação e indignação que recebi a notícia de que um delegado de Campina Grande, atuando fora de sua circunscrição atingiu-me acusando-me da prática de ilícitos que não pratiquei como, por exemplo, fraude à licitação (quando nem licitação existe em credenciamento, modelo adotado na Resolução do Conselho Nacional de Trânsito para todo o Brasil), desvio de recursos (quando o Detran não pagou 1 real que seja à empresa acusada), somente por eu ter assinado uma portaria e credenciado essa empresa (outra empresa requereu o credenciamento também mas fora do prazo, dizendo que tinha como atender a portaria, fato certamente desconhecido do Delegado) cujos atos foram preparados pela minha assessoria (não sou técnico em trânsito, mas delegado federal)?, dentre outras acusações infundadas. Por que a atual gestão não abriu o prazo em 2015 para outros se credenciarem? Se estava tecnicamente errada a Portaria, por que não a revogaram, afinal tiveram o ano todo para isso? Não sabia que existia um plano armado com intuito de perseguição e represália contra a minha pessoa. Desde 2004 como Delegado atuo na SR/PB e quem me conhece desde então sabe da minha retidão e de que nunca ter praticado qualquer ato que não fosse dentro da legalidade. No Detran prendemos aproximadamente 70 pessoas durante os 4 anos. Impedi diversos desvios ou intentos de desvios, inclusive por pessoas indicadas pelo próprio Governo (o governador sabe bem disso). Só na vistoria de Campina Grande, de 5 vistoriadores do Detran à época, 4 foram presos em flagrante na minha gestão por vistoriarem carros roubados ou com perda total. Em outra unidade, durante a minha gestão outros servidores foram presos por desvios dos lacres colocados no setor de vistoria e emplacamento. Não compactuo com a ilegalidade e sempre busquei fazer o melhor e o correto. Recebemos o Detran com um superávit de 4 milhões de reais e deixei com um superávit de aproximadamente 60 milhões de reais ao final de 2014. O que mais machuca é ver seu nome colocado na lama com qual objetivo? Por que essa perseguição? Só por ter me negado a continuar no Governo como Secretário Adjunto subordinado a um Delegado da Polícia Civil? Apresento essas justificativas e vou preparar a minha defesa. Recebi ainda ontem informação de um Coronel da PM de alta patente de que o que ele me falou me enojou sobre os bastidores dessa perseguição. Fiquem certos que nunca atuei para desonrar o meu cargo nem meu nome. Pessoalmente eu apresento mais detalhes a quem quiser conversar comigo.”
Hélder Moura
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